quarta-feira, 7 de abril de 2010

Humor é coisa séria!

O Paulo deu o pontapé inicial à sua leitura de Gn 22. De Saramago nada falo, porque não o tenho lido ultimamente (o Ensaio sobre a Cegueira me deixou meio cego). Sclyar é outra história. Gosto de seus textos. O livro mencionado por Paulo é de uma beleza intensa. Provoca momentos riquíssimos de reflexão e de prazer.
E aí chego ao humor. Hábitos soturnos de leitura da Bíblia apagaram o humor das páginas sagradas. Hábitos que me fazem ecoar o Eco em O Nome da Rosa que traz a discussão teológica medieval sobre o humor entre ordens religiosas. Nas igrejas o humor não tem muita vez na leitura da Bíblia e na teologia. Possivelmente por isso haja tantas discussões, guerrinhas, intrigas e intolerâncias.
Humor é coisa muito séria, pois ele nos ajuda a não levar demais a sério nossas próprias experiências, emoções, idéias, relações e posses. Vida bem-humorada é vida leve, vida sob a insustentável leveza do ser, como propunha outro leitor-escritor, o Kundera. Leveza que, nas páginas da Bíblia, aparece aqui e acolá, mas me faz lembrar do convite de Jesus para carregarmos o seu fardo - que é leve, pois não tem Lei, Padrão, Regra.
Não é ironicamente engraçado que o Abraão, que tanto rezou para Elohim-YHWH não destruir Sodoma e Gomorra, não tenha dirigido nem uma oração-relâmpago para salvar a vida do seu próprio guri?

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