terça-feira, 6 de abril de 2010

Olhares enviesados, rupturas que se complementam

Coloco aqui o que já disse no comentário ao texto do Paulo e acrescento algo mais.

Muito interessante a proposta do Paulo e o comentário do Júlio. Elas me fazem lembrar que em meu percurso como leitor/intérprete eu tenho trilhado um percurso que priorizou inicialmente o autor, procurando entender, através do texto, a sua mente. Em seguida, surgiu o texto como elemento prioritário, que determina leituras e orienta leitores. Por fim, me encontro em um percurso onde me pergunto sobre práticas de leituras, nas quais os leitores ocupam o centro, em diálogos às vezes nada amistosos com os textos.

Obviamente, como Paulo disse, somos constituídos pelas leituras feitas, mesmo por aquelas que hoje negamos. Desse modo, o processo se instaura e nos desafia.

Pensando nas rupturas afirmadas pelo Júlio, acho que elas se instituem no momento certo, de modo as vezes doloroso. E mesmo dentro delas há outras rupturas que se manifestam, quando menos, pelo nosso desenvolvimento humano. É muito provável que no exercício de um determinado tipo de leitura, pelo passar dos anos, acúmulo de experiências, experimentemos outrtas possibilidades interpretativas.

Ao final, os olhares enviesados acabam constituindo um foco claro, e as rupturas, ao invés de deixarem fraturas, se complementam naquilo que penso ser o mais importante na interpretação/leitura: vivenciar a experiência do humano proposta pelas Escrituras.

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