quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Relações literárias, teológicas e sociais em Filemon

Proponho um novo texto para discussão.

Neste caso, opto pela pequenina carta do apóstolo Paulo a Filemon, última de suas cartas no cânon cristão.

Cabe lembrar aqui seu espaço canônico. As cartas paulinas estão divididas, certamente por um critério de importância implícito, em dois grandes grupos: cartas para comunidades e cartas pessoais. Aquele começa com Romanos e termina com 2 Tessalonicenses. O grupo das pessoais inicia com 1 Timóteo e termina com Filemon.

As cartas às igrejas são mais importantes do que aquelas a indivíduos. E, entre estas, a de Filemon ocupa o último lugar.

Talvez sua desimportância tenha motivos razoáveis. Talvez não. O fato é que é um texto muito interessante para ser analisado a partir de diversos ângulos. Aqui proponho alguns deles.

O literário, ligado à estrutura das cartas greco-romanas.

O teológico, vinculado à discussão a respeito da relação do apóstolo com seus discípulos e amigos, e de seu caráter bivalente como "prisioneiro".

O social, que engloba o papel de Paulo dentro do cristianismo, e, principalmente, sua relação com outro cristão, Filemon, a partir do escravo fugitivo e agora tornado cristão, Onésimo. Reside aqui o principal e mais interessante assunto desta cartinha.

Como o cristianismo, com uma mensagem libertadora, se movia entre os grilhões da escravidão tão comum naqueles tempos? Como o cristianismo geria as tensões internas entre senhores e escravos? E muitas outras perguntas.

Como podem ver, esta primeira mensagem é meramente provocadora. O objetivo é propor um diálogo.

Nenhum comentário:

Postar um comentário